O Método Bullet Journal

Quando eu conheci o método Bullet Journal, me apaixonei. Era aquilo que eu buscava: um caderno organizado com todas as minhas tarefas, compromissos, eventos, ideias, tudo reunido num só lugar! Achei que seria fácil migrar da agenda, cadernetas, blocos e bloquinhos para um caderno fofo, colorido, cheio de símbolos, marcadores e seções. Tudo bonito, organizado e prático. Mas… não foi bem assim.

Eu achava que tinha todas as características necessárias para fazer um Bullet Journal. Afinal, eu gosto de escrever à mão, gosto de álbuns, diários, listas, organização e não dispenso a agenda de papel, apesar de ser bastante digital. O que mais gostei na descrição do método, era o fato de não ter regras obrigatórias. Eu poderia adaptar o BuJo de acordo com o meu jeito de ser, com o meu estilo.

Tá… Esse era o cenário ideal. O real foi um pouco diferente. Apesar de muitas pessoas dizerem que, para começar, pode ser utilizado um caderno qualquer, eu não consigo ser assim, rss. Tive que comprar um lindo caderno, do jeitinho que eu achava que devia ser. E aí tive o bloqueio. Quando olhei aquelas páginas branquinhas, pontilhadas, com marcador de página de fita de cetim, não tive coragem de começar. E o medo de riscar e rasurar aquela lindeza? Além disso, eu não teria habilidade pra fazer aquelas belas páginas coloridas, com desenhos e letras diferentes. Afinal, meus dons artísticos são bem limitados. Me bateu um medinho. Mas, bem disse Van Gogh:

“ Muitos pintores têm medo da tela em branco, mas a tela em branco tem medo do pintor ousado que quebra o feitiço que diz “você não pode” de uma vez por todas. “

Resolvi ousar. Antes de iniciar, pesquisei mais um pouco sobre o assunto, fiz um mês de “experiência” nas folhas em branco do livro Diário em Tópicos e comecei a fazer os meus registros no caderno novo, de uma forma simples e minimalista! E deu certo! Vou tentar passar agora pra vocês, um pouquinho do que aprendi.

Por que usar um caderno para fazer o meu BuJo?

Muitas pessoas perguntam por que usar um caderno, se a tecnologia nos oferece meios muitos mais rápidos de registrar tudo o que quisermos. Um dos objetivos do caderno é justamente nos desconectar, nos oferecer momentos de reflexão e concentração, um espaço onde possamos nos expressar, fazendo uma ligação direta com nossa mente, sem outros estímulos visuais e funções. Você começa do zero todos os dias, migrando o que não foi cumprido no dia anterior para uma nova página. Como diz Ryder Carrol, o criador do Bullet Journal “seu caderno o saúda todas as manhãs com o puro vazio de uma página em branco”. É mágico e estimulante!

A escolha do caderno

Você não tem que escolher um tipo de caderno especial ou uma marca específica. O importante é que seja um caderno durável, resistente, de preferência de capa dura, com uma boa quantidade de páginas (mais de 80), para que dure um pouco mais de tempo. É bom que tenha um tamanho razoável, para que em uma página caibam as informações necessárias, mas que não seja tão grande, não pese muito ou não caiba numa bolsa ou pasta. Uso o tamanho A5, com 100 folhas.

Pode ser um caderno sem pauta, pautado, quadriculado ou pontilhado. Eu nunca havia visto um caderno pontilhado. E eu queria um, porque gostei da experiência do primeiro mês no livro Diário em Tópicos. É um visual limpo, uma pauta discreta. Não era um tipo de caderno comum na época e não o encontrei nas papelarias. Tive que comprar o primeiro caderno pontilhado pela internet. Hoje em dia, é fácil encontrá-lo nas papelarias com estoque mais diversificado ou em papelarias criativas.

BuJo:  artístico ou minimalista?

Como já puderam perceber, o bullet é personalíssimo e cada um pode escolher livremente o seu estilo e conteúdo. O seu estilo é aquele que te faz sentir bem. Alguns preferem o BuJo, cheio de desenhos, colagens, letras diferentes, títulos desenhados, mil cores de canetas, etc. Se você não tem essa habilidade (como eu), pode escolher criar um bullet mais simples, menos decorado, ou totalmente “limpo”. Esses exemplos que vou mostrar pra vcs, podem servir de inspiração para começar e encontrar seu próprio estilo.

Bullets Journal artísticos

São aqueles cheios de fotos, desenhos, adesivos, diagramações variadas, títulos elaborados, colagens e muitas cores. Às vezes têm páginas inteiras dedicadas à arte.  Todo bullet journal tem que ser assim? Não. Mas, existem muitas pessoas que amam a arte, que gostam da ideia de extravasar a sua energia criativa no seu Diário em Tópicos. “Organizar sim, mas com arte”, este é o lema delas. De fato, esses BuJo ficam lindos, mas não são pra mim. São pra você? Beleza! Existem centenas de ideias no Pinterest e no Instagram, que poderão servir de inspiração para você.

Bullets Journal minimalistas

São aqueles mais simples e sóbrios. Eles cumprem seu objetivo de organizar sua vida e sua mente, com um caderno, uma régua e uma caneta. Mas não é proibido usar mais de uma cor de caneta ou decorá-lo com washi tapes, post-its coloridos, fotografias e  uma bonita letra. Não é porque o seu BuJo é minimalista que tem que ser sem graça. Quando conheci o Bullet Journal (Diário em tópicos), achei um pouco intimidante toda aquela beleza artística e quase desisti. Mas a ideia do BuJo em si era tão atrativa, que passei a procurar uma forma mais simples de fazer o meu. Quando li o livro “O Método Bullet Journal” de Ryder Carrol encontrei o caminho. Escolhi manter o meu de uma forma mais minimalista, mas que retrata bem o meu jeito de ser. Não tem jeito certo de fazer o BuJo. A gente vai experimentando até encontrar o nosso jeito.

No próximo post vamos falar como são feitos os registros no BuJo e como as partes interagem e se influenciam. Continue com a gente!

O Método Bullet Journal

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